Tuesday, December 1, 2009

Morrissey é o melhor letrista britânico, diz estudioso

Um acadêmico escocês lançou um livro em que afirma que o cantor Morrissey, ex-vocalista da banda The Smiths, é o maior letrista da história da música popular britânica.
Gavin Hopps, palestrante da Universidade St Andrews, é especialista em romantismo britânico e escreveu o livro Morrissey: The Pageant of His Bleeding Heart ("Morrissey: A encenação de seu Coração que Sangra", em tradução livre).
Hopps acredita que o trabalho de Morrissey pode ser comparado à obra de grandes nomes da literatura como Samuel Beckett e Oscar Wilde e também a grandes nomes da comédia britânica como Frankie Howerd e George Formby.
"O livro do acadêmico escocês explora todos os grandes assuntos das letras do compositor como amor, melancolia e alienação.
Hopps já escreveu vários ensaios sobre poesia e música pop.
Década de 80
Morrissey, cujo nome verdadeiro é Steven Patrick Morrissey, nasceu na cidade de Manchester em 1959.
Sua carreira musical começou na década de 70, mas foi apenas na década de 80, quando ele conheceu o guitarrista Johnny Marr, que o cantor e compositor começou a fazer sucesso.
Marr e Morrissey criaram a banda The Smiths juntamente com Mike Joyce e Andy Rourke e fizeram sucesso com músicas como Panic, Big Mouth Strikes Again, How Soon is Now? e The Boy With the Torn in His Side.
No final dos anos 80 a banda se separou e Morrissey iniciou sua carreira solo, produzindo seu primeiro álbum, Viva Hate. O cantor lançou seu trabalho mais recente, Years of Refusal, em fevereiro deste ano.

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Estudo britânico confirma propriedade analgésica de hortelã brasileira

Uma xícara de chá de um tipo de hortelã tem propriedades analgésicas equivalentes às de alguns remédios vendidos comercialmente, concluiu um estudo feito na Grã-Bretanha por uma pesquisadora brasileira.
Há séculos, a erva Hyptis crenata, conhecida como hortelã-brava e salva-de-marajó, vem sendo utilizada na medicina popular no Brasil para tratar desde dores de cabeça e estômago até febre e gripe.
Liderada pela brasileira Graciela Rocha, a equipe da Universidade de Newcastle, no nordeste da Inglaterra, fez estudos com ratos e provou que a prática popular tem base científica.
O estudo foi publicado na revista científica Acta Horticulturae.
Graciela Rocha está apresentando seu trabalho no International Symposium on Medicinal and Nutraceutical Plants em Nova Déli, na Índia.
Tradição
De forma a reproduzir os efeitos do tratamento da maneira mais precisa possível, a equipe fez uma pesquisa no Brasil para descobrir como a erva é preparada tradicionalmente e que quantidades devem ser ingeridas.
O método mais comum de uso é ferver a folha seca em água durante 30 minutos e deixar que o líquido esfrie entes de bebê-lo.
Os pesquisadores descobriram que quando a erva é ingerida em doses similares às indicadas na medicina popular, ela é tão efetiva em aliviar a dor como uma droga sintética, do tipo aspirina, chamada indometacina.
A equipe pretende agora iniciar testes clínicos para descobrir quão efetiva a erva é no alívio da dor em humanos.
"Desde que os homens começaram a andar na Terra, temos procurado plantas para curar nossas aflições", disse Graciela Rocha. "Na verdade, calcula-se que mais de 50 mil plantas sejam usadas no mundo com fins medicinais".
"Além disso, mais de a metade de todos os remédios vendidos com receita são baseados em uma molécula que ocorre naturalmente em alguma planta".
"O que fizemos foi pegar uma planta que é amplamente usada para tratar a dor com segurança e provar cientificamente que ela funciona tão bem como algumas drogas sintéticas", disse Rocha.
"O próximo passo é descobrir como e por que a planta funciona".
Sabor da Infância
Graciela disse que se lembra de ter tomado o chá como cura para todas as doenças da sua infância.
Ela disse: "O sabor não é o que a maioria das pessoas na Grã-Bretanha reconheceriam como hortelã".
"Na verdade, ela tem um gosto mais parecido com o da sálvia, que é uma outra erva da família das mentas".
"Não é muito gostoso, mas remédios não tem de ser gostosos, não é?"
A presidente da Chronic Pain Policy Coalition, entidade britânica que trabalha para combater a dor crônica, disse que a pesquisa é interessante.
"São necessários mais estudos para identificar a molécula envolvida, mas este é um estudo interessante sobre um possível novo analgésico para o futuro", disse Beverly Collett.
"Os efeitos de substâncias semelhantes à aspirina são conhecidos desde que os gregos, na Antiguidade, relataram o uso da casca do salgueiro para cortar a febre".

Homem que recebeu olho biônico recupera parte da visão

Um britânico que perdeu a visão há 30 anos diz estar vendo "flashes de luz" após ter recebido um olho biônico há 11 meses.
Ron, de 73 anos, fez parte de uma cirurgia experimental realizada no Moorfields Eye Hospital, em Londres, que pretende ajudar pacientes que tenham ficado cegos devido a uma doença hereditária chamada de retinose pigmentosa.
O paciente diz que consegue ver "linhas brancas" nas ruas e diferenciar as cores de suas meias.
"Durante 30 anos eu não vi nada. Tudo era preto. Mas agora a luz começa a aparecer. Poder ver a luz de novo é algo maravilhoso", disse Ron, que não revelou seu sobrenome, em entrevista à BBC.
"Eu posso ver a diferença entre as meias brancas, cinzas e pretas. E minha ambição agora é sair em uma noite de céu limpo e poder ver a lua", disse.
Técnica

O Argus 2 'capta' imagens em tempo real através de uma câmera.
O olho biônico, conhecido como Argus 2, foi desenvolvido pela empresa americana Second Sight e usa uma câmera acoplada a um par de óculos para enviar imagens a 60 eletrodos implantados na retina do seu usuário.
Enquanto a câmera acoplada aos óculos captura as imagens, uma unidade de processamento - aproximadamente do tamanho de um pequeno computador de mão e acoplada a um cinto -, converte a informação visual em sinais elétricos.
Esses sinais são então enviados de volta aos óculos e também a um receptor embaixo da superfície da parte frontal do olho. Esse receptor, por sua vez, envia os sinais aos eletrodos na parte posterior do olho.
O cirurgião que realizou os implantes, Lyndon da Cruz, disse que os dois pacientes que receberam o olho estão começando a ter estímulos visuais.
Estamos muito satisfeitos diante dos progressos atingidos até agora", disse.
Os implantes estão funcionando bem até agora, mas como ainda temos dois anos de testes pela frente, estes são apenas os primeiros passos para determinar o sucesso da nova tecnologia".
Argus 2 poderá ser comercializado logo depois de feitos os testes, com custo estimado em US$ 30 mil (cerca de R$ 62,8 mil).

Britânico volta a enxergar com uso de 'olho biônico' pioneiro

Um homem britânico que havia perdido a visão na juventude se tornou uma das primeiras pessoas do mundo a voltar a enxergar com o uso de um "olho biônico" desenvolvido nos Estados Unidos.
Peter Lane, de 51 anos, da cidade de Manchester, é uma das 32 pessoas que estão sendo submetidas uma experiência internacional com o equipamento.
Ele recebeu um implante de um receptor eletrônico, instalado dentro do globo ocular e ligado ao nervo óptico e a óculos especiais.
Uma câmera colocada nesses óculos capta a imagem e a envia a um processador portátil, que transforma a imagem em sinais eletrônicos enviados ao receptor. Este, por sua vez, envia impulsos até a retina e o nervo óptico, fazendo a pessoa finalmente enxergar.
'Pequenas palavras'
Lane, por enquanto, consegue apenas ler palavras pequenas em uma tela especial.
"É um começo", disse ele. "Os médicos vão me dar uma dessas telas para eu ler em casa, e espero um dia poder voltar a ler cartas sozinho."
"Além disso, quando saio, o equipamento me dá mais segurança e mais independência."
Lane começou a perder a visão por volta dos 20 anos por causa de uma retinite pigmentosa, uma doença degenerativa da retina com origem genética.
O "olho biônico" foi desenvolvido pela empresa americana Second Sight e está sendo testado por apenas 11 médicos de todo o mundo.
Os especialistas, no entanto, acreditam que inicialmente o aparelho será útil apenas para as pessoas vítimas da retinite pigmentosa.
Em março, outro paciente que ficou cego por causa de rinite pigmentosa, um britânico de 73 anos identificado apenas como Ron, disse ter começado a ver "flashes de luz" depois de ter sido submetido a um implante de um olho da Second Sight em um hospital em Londres.
Clique Leia mais: Homem que recebeu olho biônico recupera parte da visão
"Durante 30 anos eu não vi nada. Tudo era preto. Mas agora a luz começa a aparecer. Poder ver a luz de novo é algo maravilhoso", disse Ron, que não revelou seu sobrenome, em entrevista à BBC.
"Eu posso ver a diferença entre as meias brancas, cinzas e pretas. E minha ambição agora é sair em uma noite de céu limpo e poder ver a lua", disse.

Americanos poluem em média quase 400 vezes mais que burundianos

O Burundi é um dos países com o menor índice de poluição per capita do planeta. Uma pessoa nos Estados Unidos polui o planeta quase 400 vezes mais do que um burundiano, segundo dados do governo americano.
Em média, cada americano emite 19,78 toneladas de metro cúbico de CO2 por ano, de acordo com estatísticas da agência americana de energia Energy Information Administration. No Burundi, a emissão per capita anual é de apenas 0,05 toneladas.
Alguns fatores explicam porque o índice de emissões de CO2 é tão baixo no país. Em primeiro lugar, o Burundi ainda é um país essencialmente rural, com baixa atividade industrial. Em segundo lugar, o consumo de bens e comidas no país é baixíssimo, já que o Burundi é um dos países mais pobres do planeta.
O terceiro fator é uma certa distorção nos dados de emissões de CO2, que não levam em conta o desmatamento, um problema cada vez mais comum no país.
País rural
Com população total de 8,7 milhões de pessoas, o Burundi ainda é essencialmente um país rural. Menos de 4% da população total do país vive em Bujumbura, a capital e maior cidade. Apenas 10% das pessoas vivem em meios urbanos, onde estão concentradas as poucas indústrias do país.
A grande maioria dos burundianos vive no campo. Mais de 90% das pessoas vivem da agricultura de subsistência, plantando os alimentos que comem e vendendo o pequeno excedente em mercados e nas ruas. Com exceção de algumas grandes plantações de chá e café no norte do país, que respondem quase que exclusivamente pelas exportações do Burundi, todo o país funciona à base da agricultura de subsistência.
O resultado disso é que os alimentos são baratos e geram pouco CO2 no ambiente. Os agricultores plantam os alimentos para consumo próprio em terras alugadas. O excedente dos alimentos é vendido para o dono da terra, em pequenos mercados de rua ou de porta em porta na capital.

Burundi é o país com a menor renda per capita do mundo
Durante o dia, as ruas de cidades como Bujumbura são tomadas por vendedores ambulantes de alimentos diversos como ovos, bananas e mangas. O transporte do alimento até o consumidor final também é ecológico, já que os ambulantes andam a pé ou de bicicleta.
Também não há emissão de CO2 por estocagem de alimentos em frigoríficos. Os burundianos praticamente só consomem frutas e verduras da estação a preços baixos. Uma manga vendida no outono, por exemplo, custa cerca de US$ 0,20. Nos Estados Unidos, o preço da mesma fruta – vendida o ano todo – pode ultrapassar U$ 2,00 a unidade. Parte do custo é atribuída ao transporte e estocagem do produto.
País pobre
A economia do Burundi ainda é o principal fator que faz com que o país tenha um baixo índice de emissões de CO2 per capita. Tanto na lista do FMI como do Banco Mundial, o Burundi tem a menor renda per capita nominal do planeta. A renda mensal média de cada burundiano é de pouco mais de US$ 9.
A economia do país já era uma das mais frágeis do mundo no começo dos anos 90, quando estourou a guerra civil no país. O Burundi passou por dez anos de declínio econômico, devido à guerra e a embargos comerciais de outros países da região. Nesse período, a renda per capita anual do Burundi desabou de US$ 180, em 1993, para US$ 110, em 2007, segundo dados do Banco Mundial.
Como resultado, mesmo as famílias com melhor renda no país não têm acesso a bens de consumo, como computadores e máquinas de lavar. É o caso de Willy Rwankineza e Espérance Iradukunda, uma família de classe média visitada pela BBC Brasil (assista ao vídeo).
O consumo de energia – um dos principais responsáveis por emissões de CO2 – também é baixo no Burundi, e boa parte da matriz energética do país é hidrelétrica, que gera pouco gás carbônico. A casa de Willy e Espérance, onde moram outras seis pessoas, consome cerca de 120 kWh mensais e paga menos de US$ 5 de conta de luz.
E mesmo assim, o consumo é limitado, já que não há energia no país para todos e o Burundi passa por uma grave crise energética. A luz é desligada diariamente das 22h às 6pm. A geladeira da família vive vazia e às vezes até desligada, porque não há condições de se estocar alimentos com tantas interrupções de luz.
Nos últimos meses, os apagões têm acontecido com mais frequência e sem aviso prévio. No mês passado, o ministro de Energia do país, Samuel Ndayiragije, foi demitido devido à crise energética no país.
Desmatamento
O terceiro fator que explica porque o Burundi tem uma baixa taxa de emissão de CO2 per capita é que o desmatamento de florestas não é contabilizado pelas estatísticas, o que gera uma certa distorção nos números.
Os dados de emissão de CO2 per capita disponíveis atualmente levam em consideração apenas o consumo total de combustíveis fósseis da população. Mas o desmatamento, que é uma atividade que emite muito CO2, não é calculado, já que em muitos países há poucos dados confiáveis sobre o assunto.
O Brasil sofre da mesma distorção. Cada brasileiro emite, em média, 2 toneladas de metros cúbicos de CO2 por ano, cerca de 40 vezes mais do que uma pessoa no Burundi. No entanto, esse número não leva em conta o desmatamento das florestas brasileiras. Estima-se que até 70% das emissões brasileiras são causadas por desmatamento.
No Burundi, a economia se expande com base na agricultura, gerando muito desmatamento. Estima-se que quase metade das floresta original do país foi desmatada. Além disso, a lenha é uma importante fonte de energia nas casas de muitos burundianos. Na casa de Willy e Espérance, por exemplo, não há fogão a gás ou elétrico. A comida é cozinhada com água esquentada a lenha, que é vendida por ambulantes.
* Confira amanhã uma reportagem sobre as soluções que estão sendo pensadas para os problemas nos Estados Unidos e no Burundi.

Aquecimento global pode ser desastroso para saúde, alertam médicos

O possível fracasso de países membros em firmar um novo acordo para mudanças climáticas na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro resultará em uma "catástrofe global de saúde", na opinião de 18 entidades médicas internacionais.
Em carta publicada nas revistas especializadas Lancet e British Medical Journal, as entidades pedem a médicos em todo o mundo que "assumam a liderança" no debate sobre o assunto.
Em editoriais, as duas publicações especializadas afirmam ainda que o impacto será maior sobre habitantes de países tropicais pobres. As revistas argumentam que conter as mudanças climáticas poderia trazer outros benefícios, como dietas mais saudáveis e um ar mais puro.
A cúpula da ONU marcada para dezembro, em Copenhagen, na Dinamarca, vai discutir um novo tratado global para o clima, que substituirá o Protocolo de Kyoto.
No entanto, as negociações preparatórias tem sido prejudicadas pela falta de acordo em questões como quanto das emissões de gases associados ao efeito estufa deve ser cortado e como financiar a proteção climática para os países mais pobres.
"Existe um perigo real de que os políticos estejam indecisos, especialmente em tempos de turbulência econômica como estes", diz a carta assinada por diretores de 18 faculdades de medicina e de outras disciplinas médicas.
"Se as respostas (dos políticos) forem fracas, os resultados para a saúde internacional podem ser catastróficos."
Risco Crescente
No ínicio do ano, a Lancet publicou, em associação com a University College London, uma grande avaliação dos impactos da mudança climática sobre a saúde.
O levantamento concluiu que o aumento na temperatura global deverá aumentar a transmissão de doenças infecciosas, reduzir suprimentos de comida e água pura em países em desenvolvimento e aumentar o número de pessoas morrendo por problemas associados ao calor em regiões de clima temperado.
Mas a avaliação também reconhecia algumas lacunas na pesquisa. Por exemplo, "quase não existem dados confiáveis sobre mortalidade induzida por ondas de calor na África ou no sul da Ásia".
Ainda assim, a principal conclusão do estudo foi que, em um mundo que deverá ter 3 bilhões de novos habitantes em meados deste século, "os efeitos da mudança climática sobre a saúde vão atingir a maior parte das populações nas próximas décadas e colocar as vidas e o bem-estar de bilhões de pessoas sob risco crescente".
Os editoriais da Lancet e do British Medical Journal, que acompanham a carta das entidades médicas, argumentam que a mudança climática fortalece as propostas que organizações governamentais ligadas à saúde e ao desenvolvimento já vêm defendendo.
"Mesmo sem mudança climática, o argumento a favor de energia limpa, carros elétricos, proteção de florestas, eficiência no uso de energia e novas tecnologias agrícolas é forte", diz o texto. "A mudança climática torna-o irrefutável."
O editorial, escrito conjuntamente por Michael Jay, presidente da ONG de saúde Merlin, e por Michael Marmot, da UCL, diz ainda que existem várias soluções possíveis.
"Uma economia de baixas emissões de carbono vai significar menos poluição", afirma o editorial. "Uma alimentação com baixas emissões de carbono (especialmente com menor consumo de carne) e mais exercícios vão significar menos problemas como câncer, obesidade, diabetes e doenças cardíacas."

Especialista diz que em 20 anos Oceano Ártico pode não ter mais gelo no verão

Um especialista em gelo polar afirmou que o Oceano Árctico poderia perder todo o seu gelo durante o verão e se tornar navegável nos meses mais quentes em até 20 anos.
"É como se o homem estivesse tirando a tampa da parte norte do planeta", afirma o professor Peter Wadhams, da Universidade de Cambridge.
Wadhams vem estudando o gelo ártico desde os anos 60. Em uma palestra em Londres, ele apresentou os resultados da Catlin Arctic Survey, uma pesquisa realizada durante uma expedição de 435 quilômetros ao longo do Ártico este ano.
Uma equipe liderada pelo explorador Pen Hadow descobriu que as camadas de gelo que se formam no verão têm cerca de 1,8 metros de profundidade, o que é considerado muito pouco em relação ao histórico da região.
'Novo consenso'
"Os dados da Catlin Arctic Survey servem de base ao novo consenso - baseado na variação sazonal da extensão e profundidade do gelo - de que o Ártico não terá gelo no verão em cerca de 20 anos, e muito dessa diminuição ocorrerá em dez anos", diz Wadhams, que analisou os dados da expedição.
"Isso significa que você poderá tratar o Ártico como se fosse fundamentalmente um mar aberto no verão, com possibilidade de transporte pelo Oceano Ártico."Segundo Wadhams, no curto prazo, o derretimento traz alguns benefícios, como mais facilidade na navegação e maior acesso a reservas de petróleo e gás.
Mas no longo prazo, a perda permanente do gelo pode acelerar o aquecimento global, mudar os padrões de ventos nos oceanos e na atmosfera e ter efeitos desconhecidos em ecossistemas devido ao aumento da acidez das águas.
Pen Hadow e seus parceiros Ann Daniels e Martin Hartley enfrentaram ventos fortes, temperaturas abaixo dos 70 graus negativos, falta de comida e atrasos no suprimento de mantimentos durante a expedição entre os dias 1º de março e 7 de maio.
Hadow admite que a expedição não produziu nenhum "grande salto adiante no conhecimento", mas afirma que ela ajudou os cientistas a entender mais sobre o gelo, com dados que não estavam disponíveis nas medições por satélite e por submarinos.
O explorador disse que está chocado com a perspectiva de "em minha vida vermos mudanças em como o planeta é visto do espaço".
Ele também disse que as expedições para o Ártico mudaram, e são diferentes do passado, quando cães puxavam trenós pelo gelo.
"Os cachorros conseguem nadar, mas eles não conseguem puxar um trenó na água, que é o que precisamos agora", disse.
"Agora temos que vestir roupas de mergulho e nadar, e precisamos de trenós que boiam. Eu prevejo trenós que são mais parecidos com canoas, para que possam ser puxados na água."

Franceses apresentam 'primeiro navio vertical do mundo'

Um arquiteto francês apresentou publicamente o protótipo do que deve ser o primeiro navio vertical do mundo e que deve possibilitar ao homem uma nova maneira de explorar o fundo do mar.
Jacques Rougerie, de 64 anos, diz que sua invenção, uma estação oceanográfica batizada de SeaOrbiter, será realidade "em um futuro próximo".
Ele afirma já ter metade dos 35 milhões de euros necessários para a construção da estrutura, que, ao contrário das atuais estações submarinas, será móvel e poderá navegar pelos oceanos.
"Atualmente, os oceanógrafos só podem mergulhar por curtos períodos de tempo e depois têm de ser trazidos para a superfície. É como se fossem levados para a Amazônia e depois tirados de lá em um espaço de uma hora", comparou. "O SeaOrbiter vai oferecer uma presença móvel permanente com uma janela para tudo o que está abaixo da superfície do mar."
Plataformas
Segundo o projeto de Rougerie, a estação terá 51 metros de altura e contará com uma parte submersa e outra para fora da água.
Equipamentos de navegação e comunicação ficarão acima da superfície, juntamente com uma plataforma de observação.
Os cientistas viverão debaixo d'água e haverá uma plataforma pressurizada de onde mergulhadores poderão partir em missão.
O projeto conta ainda com a consultoria de Jean-Loup Chrétien, o primeiro astronauta da França, que está envolvido no design da estação.
O sistema anti-colisão da estrutura é baseado no que é atualmente utilizado na Estação Espacial Internacional.
Rougerie, que dirige um carro-anfíbio, vive e trabalha em um barco e já passou 70 dias em uma expedição submarina, disse que as chances de o SeaOrbiter ser realmente construído "são de 90%".
Um grande estaleiro francês já assinou sua participação no projeto, que também ganhou o apoio do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Cobra se confunde e engole o próprio rabo na Inglaterra

Uma clínica veterinária do condado de Sussex, no sul da Grã-Bretanha, teve que resolver um caso curioso: o de uma cobra de estimação que tentou engolir o próprio rabo.
O incidente ocorreu no dia 6 de agosto e envolveu uma cobra da espécie Lapropeltis getulus, conhecida como cobra real californiana.
O dono dela notou que o réptil tentava engolir o próprio rabo e a levou à clínica veterinária Seers Croft.
Lá, o veterinário Rob Reynolds teve que deslocar a mandíbula para liberar o rabo do réptil da sua própria mordida.
De acordo com informações da clínica, cobras em geral são carnívoras, mas estas em particular, além de se alimentarem de ratos e de pequenos mamíferos, também comem lagartos e outras cobras.
No entanto, Rob Reynolds afirmou que nunca viu um caso no qual um animal não conseguia se libertar da própria mordida, apesar de este ser um fenômeno já conhecido.

Pessoas calmas têm menos risco de demência, diz estudo

Pessoas mais relaxadas e sem propensão a se estressar podem ter menor probabilidade de desenvolver demência, de acordo com estudo divulgado na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia.
A pesquisa envolveu 506 idosos que não sofriam de demência ao serem examinados inicialmente. O grupo recebeu questionários para apurar detalhes sobre sua personalidade e estilo de vida.
O estudo concluiu que pessoas mais calmas e relaxadas têm 50% menor risco de desenvolver demência em comparação às pessoas com tendência a se estressar.
Os participantes foram acompanhados por seis anos e, durante esse período, 144 deles desenvolveram demência.
Personalidade
Nos questionários entregues às pessoas que participaram da pesquisa, as questões relativas à personalidade identificaram pessoas com diferentes graus de estresse. Também foi avaliado o nível de extroversão no diálogo com outras pessoas.
Atavés de análises das respostas, os cientistas constataram que as pessoas que não se estressavam com facilidade eram calmas e satisfeitas, enquanto que as que se estressavam facilmente eram emocionalmente instáveis, negativas e ansiosas.
Os extrovertidos receberam uma pontuação mais alta no questionário e eram socialmente ativos e otimistas, em comparação a pessoas com pontuação mais baixa, geralmente reservadas e introspectivas.
O questionário sobre estilo de vida determinou como cada pessoa participava regularmente em atividades de lazer e sociais.
"No passado, estudos mostraram que estresse crônico pode afetar partes do cérebro, tais como o hipocampo, possivelmente levando à demência, mas outros resultados sugeriram que ter uma personalidade calma e extrovertida combinado com um estilo de vida socialmente ativo pode reduzir ainda mais o risco de se desenvolver demência", disse o autor do estudo, Hui-Xin Wang, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia.
"A boa notícia é que fatores ligados ao estilo de vida podem ser modificados, ao contrário de fatores genéticos, que não podem ser controlados. Mas estes são resultados preliminares então ainda não está claro como exatamente a atitude influencia o risco de demência", disse Wang.

Solidão pode ser tão nociva quanto o cigarro, diz especialista

O isolamento social prejudica a saúde e pode ser tão nocivo quanto fumar, de acordo com o pesquisador John Cacioppo, professor de psicologia da Universidade de Chicago e um dos mais renomados pesquisadores sobre solidão dos Estados Unidos.
Um novo estudo realizado por Cacioppo e outros pesquisadores da Universidade de Chicago indica que a solidão afeta o comportamento das pessoas e a forma como seus cérebros funcionam.
A pesquisa, apresentada durante a conferência anual da American Association for the Advancement of Science (AAAS), utilizou exames de ressonância magnética (fMRI) para estudar as conexões entre isolamento social e atividade cerebral.
Os especialistas verificaram que, em pessoas mais sociáveis, uma região do cérebro conhecida como estriato ventral ficou muito mais ativa quando elas observavam imagens de pessoas em situações agradáveis. O mesmo não ocorreu nos cérebros de pessoas solitárias.
O estriato ventral, crucial para o aprendizado, é uma região importante do cérebro, ativada por estímulos que os especialistas chamam de recompensas primárias (como a comida) e recompensas secundárias (como o dinheiro). A convivência social e o amor também podem ativar a região.
Empatia
Os especialistas também verificaram que uma outra região do cérebro, associada à capacidade de empatia com o próximo, ficou muito menos ativa entre os solitários do que nos mais sociáveis quando observavam imagens de pessoas em situações desagradáveis.
"Devido aos sentimentos de isolamento social, indivíduos solitários podem ser levados a buscar um certo conforto em prazeres não sociais", disse Cacioppo. O professor cita como exemplos comer ou beber demais.
De acordo com reportagem sobre o estudo publicada pelo jornal britânico Daily Telegraph, a solidão prejudica a imunidade, provoca depressão, aumenta o estresse e a pressão sanguínea e também aumenta as chances de uma pessoa desenvolver o Mal de Alzheimer.
Indivíduos solitários tendem a ter menos motivação e menos perseverança, o que dificulta a adoção de dietas mais saudáveis e a prática de exercícios. Segundo Cacioppo, um em cada cinco americanos sente solidão.
Voluntárias
O especialista é um entre cinco autores de um artigo publicado na edição mais recente da revista científica Journal of Cognitive Neuroscience.
Como parte do estudo, 23 estudantes do sexo feminino foram testadas para determinar quão solitárias elas eram.
Depois, enquanto seus cérebros eram monitorados com exames de ressonância magnética, as participantes observaram imagens de situações desagradáveis (como conflitos humanos) e de situações agradáveis (pessoas felizes).
Entre as voluntárias classificadas como solitárias, verificou-se uma menor probabilidade de atividade intensa no estriato ventral quando elas observavam pessoas se divertindo.
Embora a solidão possa influenciar a atividade cerebral, a pesquisa também sugere uma relação inversa, ou seja, que a atividade no estriato ventral pode levar a sentimentos de solidão, segundo o pesquisador Jean Decety, outro autor do estudo.
"O estudo levanta a possibilidade intrigante de que a solidão pode ser o resultado de uma redução na atividade associada à recompensa no estriato em resposta a estímulos sociais", disse Decety.
Ao tentar explicar ao jornal Daily Telegraph as razões por trás de um mecanismo como esse nos seres humanos, Cacioppo mencionou as teorias do biólogo britânico Charles Darwin: a necessidade de conexão com o outro teria suas raízes na evolução da espécie.
Para sobreviver e criar seus filhos, humanos tiveram de se unir, diz o pesquisador. Altruísmo e cooperação ao longo da evolução humana permitiram que a espécie florecesse.
A solidão, como a dor física, teria evoluído nos humanos de forma a produzir uma mudança no comportamento. Esse mecanismo, de acordo com Cacioppo, sinaliza a necessidade ancestral do homem de se agregar socialmente.

Solidão pode ser contagiosa como resfriado, diz estudo

Um estudo de três universidades dos Estados Unidos sugere que a solidão pode se espalhar entre grupos de pessoas como um resfriado forte.
A pesquisa da Universidade da Califórnia San Diego, Universidade de Chicago e de Harvard descobriu que as pessoas solitárias tendem a dividir a solidão com outras pessoas. Gradativamente, durante um período de tempo, essas pessoas acabam, em grupo, se afastando dos seus círculos socias.
"Detectamos um padrão extraordinário de contágio, que leva as pessoas à fronteira da rede social quando ficam solitárias", afirmou o psicólogo John Cacioppo, da Universidade de Chicago, um dos pesquisadores que participou do estudo. "Na periferia (da rede social) as pessoas tem menos amigos, e a solidão destas pessoas ainda as leva a perder os poucos laços que ainda tem."
No entanto, antes de cortar as relações, as pessoas que já estão na periferia das redes de contato social transmitem os sentimentos de solidão para os amigos que restaram, que também se transformam em pessoas solitárias.
"Estes efeitos significam que nosso tecido social pode se desgastar nas pontas, como um fio que está solto na ponta de uma blusa de malha", acrescentou Cacioppo.
O artigo foi publicado na revista especializada Journal of Personality and Social Psychology.
Mais de 60 anos
Para a pesquisa, os cientistas americanos examinaram os registros de um estudo realizado no Estado de Massachusetts, desde 1948. Esta pesquisa foi realizada originalmente em Framingham para acompanhar um grupo de 5.209 pessoas, para avaliar o risco de doenças cardiovasculares.
Desde então o estudo se expandiu para incluir cerca de 12 mil pessoas, filhos e netos do grupo original e outras pessoas, para diversificar a amostra populacional e também para incluir testes com objetivo de medir a solidão e depressão.
Os pesquisadores entravam em contato com os voluntários a cada dois a quatro anos e coletavam os nomes de amigos que conheciam os pesquisados. Estes registros se transformaram em uma fonte de informação sobre a rede social dos pesquisados.
Os pesquisadores elaboraram gráficos com a história das amizades dos pesquisados e sobre seus relatos de solidão. Com isso, conseguiram estabelecer uma forma de mensurar a solidão.
As informações mostravam que os solitários "infectavam" as pessoas à sua volta com a solidão, e que estas pessoas se moviam para as periferias do tecido social.
Por exemplo, os pesquisadores descobriram que a solidão se espalhou entre vizinhos que eram amigos próximos.
A pesquisa também mostrou que, quando as pessoas ficam solitárias, elas confiam menos nas outras e dão início a um ciclo que torna ainda mais difícil para estas pessoas iniciarem uma amizade.
Segundo Cacioppo, "a sociedade poderá se beneficiar ao cuidar das pessoas que se afastaram dos círculos sociais, para ajudar a reparar suas redes sociais e criar uma barreira protetora contra a solidão, que possa evitar que toda a rede seja prejudicada".
Richard Suzman, diretor da Divisão de Pesquisa Comportamental e Social do Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA, um dos que financiou a pesquisa, lembrou que "pesquisas anteriores mostraram que a solidão e a falta de conexão social podem ter um efeito negativo na saúde e bem-estar de pessoas idosas".

Solidão pode ser contagiosa como resfriado, diz estudo

Um estudo de três universidades dos Estados Unidos sugere que a solidão pode se espalhar entre grupos de pessoas como um resfriado forte.
A pesquisa da Universidade da Califórnia San Diego, Universidade de Chicago e de Harvard descobriu que as pessoas solitárias tendem a dividir a solidão com outras pessoas. Gradativamente, durante um período de tempo, essas pessoas acabam, em grupo, se afastando dos seus círculos socias.
"Detectamos um padrão extraordinário de contágio, que leva as pessoas à fronteira da rede social quando ficam solitárias", afirmou o psicólogo John Cacioppo, da Universidade de Chicago, um dos pesquisadores que participou do estudo. "Na periferia (da rede social) as pessoas tem menos amigos, e a solidão destas pessoas ainda as leva a perder os poucos laços que ainda tem."
No entanto, antes de cortar as relações, as pessoas que já estão na periferia das redes de contato social transmitem os sentimentos de solidão para os amigos que restaram, que também se transformam em pessoas solitárias.
"Estes efeitos significam que nosso tecido social pode se desgastar nas pontas, como um fio que está solto na ponta de uma blusa de malha", acrescentou Cacioppo.
O artigo foi publicado na revista especializada Journal of Personality and Social Psychology.
Mais de 60 anos
Para a pesquisa, os cientistas americanos examinaram os registros de um estudo realizado no Estado de Massachusetts, desde 1948. Esta pesquisa foi realizada originalmente em Framingham para acompanhar um grupo de 5.209 pessoas, para avaliar o risco de doenças cardiovasculares.
Desde então o estudo se expandiu para incluir cerca de 12 mil pessoas, filhos e netos do grupo original e outras pessoas, para diversificar a amostra populacional e também para incluir testes com objetivo de medir a solidão e depressão.
Os pesquisadores entravam em contato com os voluntários a cada dois a quatro anos e coletavam os nomes de amigos que conheciam os pesquisados. Estes registros se transformaram em uma fonte de informação sobre a rede social dos pesquisados.
Os pesquisadores elaboraram gráficos com a história das amizades dos pesquisados e sobre seus relatos de solidão. Com isso, conseguiram estabelecer uma forma de mensurar a solidão.
As informações mostravam que os solitários "infectavam" as pessoas à sua volta com a solidão, e que estas pessoas se moviam para as periferias do tecido social.
Por exemplo, os pesquisadores descobriram que a solidão se espalhou entre vizinhos que eram amigos próximos.
A pesquisa também mostrou que, quando as pessoas ficam solitárias, elas confiam menos nas outras e dão início a um ciclo que torna ainda mais difícil para estas pessoas iniciarem uma amizade.
Segundo Cacioppo, "a sociedade poderá se beneficiar ao cuidar das pessoas que se afastaram dos círculos sociais, para ajudar a reparar suas redes sociais e criar uma barreira protetora contra a solidão, que possa evitar que toda a rede seja prejudicada".
Richard Suzman, diretor da Divisão de Pesquisa Comportamental e Social do Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA, um dos que financiou a pesquisa, lembrou que "pesquisas anteriores mostraram que a solidão e a falta de conexão social podem ter um efeito negativo na saúde e bem-estar de pessoas idosas".